Todos os anos a Sociedade Brasileira de Coloproctologia realiza a campanha Setembro Verde de conscientização sobre a importância da prevenção do câncer de intestino.

Sabemos que, de maneira global, a incidência do câncer de cólon e reto diminui progressivamente, graças às campanhas de conscientização como Setembro Verde. Estas iniciativas promovem estratégias de rastreamento como pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia, além de conscientizar a população para a prevenção da doença a partir de dicas e cuidados que podem modificar o risco de seu desenvolvimento.

No entanto, a incidência do câncer colorretal nos pacientes com menos de 45 anos apresenta elevação.

São explicações para a elevação da incidência de casos nos pacientes jovens: ausência de estratégias de rastreamento estabelecidas para este grupo de pacientes, obesidade, sedentarismo e fatores dietéticos (excesso de carne vermelha por exemplo).

Frente à isto, a American Cancer Society, importante instituição americana que promove múltiplas ações de combate ao câncer recomenda, desde 2018, que o rastreamento para tumores colorretais seja iniciado aos 45 anos de idade (e não mais aos 50 anos) nos indivíduos assintomáticos, através de pesquisa de sangue oculto nas fezes de alta sensibilidade ou colonoscopia.

Previna-se.

O termo hemorroida é utilizado na grande maioria das vezes para denotar qualquer incômodo na região do ânus. Na verdade, hemorroidas são vasos sanguíneos do reto inferior e canal anal que estão presentes em todas as faixas etárias como estruturas normais da anatomia humana. Quando ocorre a dilatação desses vasos, provocando dor, incômodo ou sangramento anal, podemos chamar de Doença Hemorroidária.

A Doença Hemorroidária pode ocorrer em ambos os sexos, com maior prevalência entre a quarta e sexta décadas de vida. Os sintomas mais comuns são sangramento durante e após as evacuações, saliência palpável no ânus, coceira, ardência, dor e dificuldade para higienizar a região.

São sabidamente conhecidos como fatores de risco para o desenvolvimento da Doença Hemorroidária: constipação intestinal (“prisão de ventre”), dieta pobre em fibras, pequena ingestão de líquidos, gestação e obesidade. Os fatores de proteção, que devem ser recomendados como prevenção ou atenuação dos sintomas, são a adoção de uma dieta saudável à base de alimentos ricos em fibras e frutas frescas, beber muito líquido, respeitar a necessidade de evacuar e evitar o esforço evacuatório.

Existem vários tratamentos para a Doença Hemorroidária, escolhidos a depender da gravidade do quadro e do estado clínico do paciente. Entre os tratamentos possíveis estão à hemorroidectomia convencional (cirurgia clássica com remoção dos coxins hemorroidários), ligadura elástica, escleroterapia e fotocoagulação com feixes de luz infravermelha. Procedimentos cirúrgicos recentemente desenvolvidos proporcionam recuperação pós-operatória sem dor.

A Doença Hemorroidária pode ser confundida com abscessos, fístulas, fissuras e cânceres de reto e canal anal. Por este motivo, a avaliação médica é imperiosa para estabelecer e não atrasar o diagnóstico e tratamento adequados. Procure seu médico para aconselhamento.

Esta é uma pergunta muito frequente nos consultórios médicos. Qual a diferença? Seriam sinônimos? A resposta é: não.

O divertículo é um termo utilizado para caracterizar uma evaginação, semelhante a uma bolsa, produzida em órgão tubular. Manifesta-se com mais frequência nas paredes do intestino grosso. A presença de numerosos divertículos no intestino recebe o nome de diverticulose.

A diverticulose é muito comum, sua incidência aumenta com o envelhecimento e grande maioria dos pacientes portadores de desta condição é assintomática. Tem como principal fator de risco uma dieta pobre em fibras e rica em carne vermelha.

Já a diverticulite, por sua vez, é uma condição relacionada ao processo inflamatório e infeccioso no interior do divertículo. Estima-se que somente de 10 a 25% dos pacientes portadores de diverticulose apresentarão diverticulite. Postula-se que a obstrução do orifício do divertículo proporciona supercrescimento bacteriano, isquemia e inflamação. Quando o processo inflamatório e infeccioso se instala surgem sintomas como dor abdominal mais comumente do lado esquerdo, febre, náuseas e vômitos. O tratamento é iniciado e tem como base fundamental a utilização de antibióticos. Em alguns casos complicações graves como obstrução ou perfuração intestinal podem ocorrer e a cirurgia faz-se necessária.

No passado acreditava-se que alimentos como castanhas, milho e sementes de tomate deveriam ser evitados nos pacientes portadores de diverticulose ou com crises de diverticulite. No entanto, estudos mais recentes mostram que a ingestão de sementes não está relacionada com aparecimento de complicações. Ao contrário, a ingestão de sementes tem um efeito protetor. Com isso, o dito popular que as sementes são prejudiciais não é uma verdade em relação a doença diverticular.

Recomenda-se, para a prevenção da formação divertículos, a inclusão de alimentos com alto teor de fibras na dieta habitual. Frutas, vegetais, cereais integrais e grãos são importantes para o processo digestivo e fundamentais para o bom funcionamento intestinal. Beba pelo menos dois litros de líquido por dia para facilitar a formação do bolo fecal.

Em caso de dúvidas ou sinais de alarme consulte seu médico de confiança.

A endoscopia digestiva alta é um exame que analisa a mucosa do esôfago, estômago e o duodeno (primeira parte do intestino delgado). Ela é feita usando um tubo flexível (endoscópio) que tem na ponta uma microcâmera responsável por capturar as imagens do sistema digestivo e transmiti-las ao monitor.

A colonoscopia é um exame endoscópico que captura imagens em tempo real do intestino grosso e de parte do intestino delgado (a porção final, conhecida como íleo terminal).

A endometriose é uma condição na qual o endométrio, tecido que reveste o útero internamente, cresce em outras regiões do corpo. Os locais mais comumente acometidos são ovários, tubas uterinas, ligamentos que sustentam o útero e bexiga. Em alguns casos o tecido endometrial infiltra o intestino grosso, mais frequentemente no reto e cólon sigmoide. Neste cenário, à abordagem operatória muldisciplinar pode se fazer necessária.

O divertículo é um termo utilizado para caracterizar uma evaginação, semelhante à uma bolsa, produzida em um órgão tubular. Manifesta-se com mais frequência para parede do intestino grosso. A presença de numerosos divertículos no intestino recebe o nome de doença diverticular do cólon ou diverticulose colônica.

Incontinência fecal, distúrbio que traz grave prejuízo à qualidade de vida, é a incapacidade de controlar voluntariamente a eliminação de fezes.

A doença pilonidal sacrococcígea, conhecida popularmente como cisto pilonidal, é uma condição inflamatória crônica localizada na região acima do cóccix e entre os glúteos, região conhecida como sulco interglúteo.

Várias doenças localizadas no canal anal e ânus podem ser tratadas por acesso minimamente invasivo. Cito aqui duas técnicas que podem ser empregadas no tratamento da doença hemorroidária: ligadura elástica e desarterialização / hemorroidopexia.